A Um Passo Do Irreal
O robô voltava para a nave cujo o nome é o Curioso, entre cascalho viu uma pedra do tamanho de um pires . Olhou para ela por um bom e não se interessou. Continuou a andar em direção à nave a alguns metros a sua frente. Quando abriu a porta apertando um botão em sua mão, antes que levantasse o pé para subir o degrau, a pedra estava do seu lado esquerdo brilhando. Ele a olhou por segundos, não refletiu, pois, robô não pensa, agi. Esticou o braço, e com as garras na ponta pegou-a, retirou de dentro de uma gaveta na sua barriga um saquinho de plástico e colocou a pedra. Subiu a escada da nave e jogou a pedra no meio de outras matérias que havia recolhido do chão rochoso de Marte.
Assim que a nave entrou na atmosfera transformou-se em uma bola de fogo. Era para seguir o curso do seu país de origem, mas desviou-se e caiu no solo árido do nordeste brasileiro perto de uma pequena cidade. As pessoas que viram a bola de fogo caindo do céu ficaram alarmados, os fanáticos diziam que era o castigo vindo de Deus. As autoridades, cientistas, jornalistas pegaram seus carros e correram para lá. Chegando no lugar onde a bola caiu, isolaram tudo, demarcaram, estenderam barracas.
de isolaram o local.
O jornalista foi fotografando tudo que via,avistou a pedra perto de uma poça de água. Examinou-a, esticou o braço para recolher-la. Sentiu-se como se uma coisa fibrosa o tomasse e todo o seu corpo se dividisse em fibras se espalhando por todo o seu sistema nervoso.
Ao voltar a si,estava deitado em uma cama preso por fios num pronto socorro e a sala estava vazia. Arrancou-os de uma só vez. Sentou-se na cama por segundos. Olhou para os lados, o silêncio imperava. Levantou-se e andou até a porta, ao abri-la vê o segurança sentado, ao vê-lo vestindo uma camisola, o segurança agarrou-o pelo braço. Os tendões sairam do corpo do jornalista e entraram no corpo do segurança e o corpo do jornalista ficou caido no corredor. O segurança caminhou se ajeitando pelo corredor até chagar ao elevador. Quando a porta do elevador abriu, ele entrou e desceu até a garagem, foi até uma caixa perto da porta de onde saídaira, abriu-a e pegou a chave de um carro, ligou - o e se foi.
Foi dirigido avenida a fora até ao aeroporto. Parou o carro na no meio fio, abriu a porta e saiu. Caminhou pelo meio das pessoas e foi até o balcão. Examinou cada pessoa no saguão por um bom tempo, o painel de horários, o embarque e desembarque. Esquadrinhou cada canto com os olhos ávidos, até encontrar a pessoa que procurava. Viu-a na fila de embarque dos que iam embarcar. Foi se aproximando, se aproximando até chegar perto da pessoa e tocar-lhe nos ombros, ela se volta para ver quem era, os tendões saem do corpo dele e entram no corpo da mulher que puxava a valise de rodinhas. Cai de imediato e o seu corpo despenca no chão perto da catraca com os olhos arregalados. A mulher deu uma rodopiada, mas não caiu, um senhor que estava à sua frente a olhou para ela que se desculpou e seguiu para o avião. Um tumulto generalizado se formou em volta do corpo do segurança. Um senhor dizendo-se médico examinou-o e disse: --Morto, está morto! Imediatamente um segurança do aeroporto foi afastando a todos e isolando o local. A mulher não olhou para trás, seguiu com as outras pessoas até entrar no avião.
A rua em volta da praça estava fechada, a mulher tinha saído do aeroporto e pegado o primeiro táxi que viu,precisava chegar aonde a multidão em volta do palanque apladia e gritava,aí pediu ao motorista que parasse o mais perto que conseguisse.Ele parou aonde deu,ela enfiou a mão na bolsa, tirou o dinheiro e o pagou. Desceu e seguiu por uma viela até avistar o palanque, onde o ex-presidente de uma rede de frigoríficos falava para uma multidão alvoroçada. Ele dizia: ----Um país que foi arrancado do tronco de uma árvore, teve que vê - lá arder em chamas, para depois. ..depois, separar o brasil das cinzas e soprar. Só então pode ser chamado pelo nome que hoje tem. Mais o "pobrema" não é a cinza, porque o homem de bem renasce das cinzas. O "pobrema" é o povo mal-agradecido. ---Virou para um dos seus, ele entregou-lhe um copo de plástico, a água no copo era água ardente. Ele bebeu, fez cara feia e prosseguiu: ---Vocês devem se lembrar do que fiz por esse povo ingrato, porque a carne que abastece o mundo passa por nos. O que me dão em troca? Aplausos, não! Forca! ---Falava com a voz já embargada. Ele olha para cima e vê helicópteros sobrevoando o local. A multidão enfurecida, gritava, aplaudia. A mulher conseguiu subir no palanque, depois de cumprimentar alguns, dar Beijos na face por duas vezes, ser gentil. Mas, todas as vezes que ia tocar no ex-presidente, alguém a impedia. A senadora não saía de perto dele e impedia qualquer um de se aproximasse. Lá pelas tantas, a palestra acabou. O ex-presidente acenou com a mão para a multidão e entrou por uma porta no fundo do palanque. A mulher ficou tão decepcionada que jogou o copo que segurava no chão, pisou em cima e saiu. Na rua detrás do palanque, no carro, dois agentes da polícia aguardavam o ex-presidente. A mulher correu para ver se conseguia chegar perto, mas o carro já tinha saído em disparada. Que fora seguido por outros dois.
Depois, houve tumultos, brigas e de tudo um pouco. Ela foi para o hostel onde se hospedara. Tomou banho, se vestiu, consultou a agenda. Tinha ouvido falar de uma festa em um clube enquanto observava o os presentes no palanque. A homenagem seria para alguns políticos, o ministro do tribunal superior que soltava políticos presos por corrupção e empresário denunciados estaria lá. Na hora exata estava no local. Estava bem vestida, havia conseguido o convite pela Internet. Entregou-o à moça na entrada. No salão, música alta. Olhou para todos os presentes, viu o ministro. O garçom passou perto dela com a bandeja de bebidas, ela pegou um copo. Foi se aproximando dele com o copo na mão, parou a alguns passos e ficou observando-o. A hora estava avançada, outros políticos se divertiam. O ministro pediu licença para a pessoa com quem conversava e se dirigiu ao banheiro, ela o acompanhou com olhar até entrar pela porta. Colocou o copo em cima do banco que viu vago e o seguiu. Segundos depois o ministro sai de lá enxugando as mãos com um lenço.
Um dos convidados sai do banheiro apressado, vai até o segurança, chama-o à parte, segreda-lhe algo. O segurança chama outro, e seguem para o banheiro masculino. O corpo da mulher com os olhos arregalados jazia no piso frio sem uma gota de sangue. O responsável pelo evento entra esbaforido olha a cena e diz: ---Temos que nos livrar disto. Os dois--Aponta para os dois seguranças-- levem o corpo como se essa criatura estivesse bêbada. Vão pelo corredor dos fundos sem chamar a atenção --- Quando ele volta para o salão, o ministro estava se despedindo dos demais. A música tocava ao máximo, muitos dançando, e o responsável andava de um lado a outro sem saber o que é se divertir.
O ministro entra em sua sala no supremo, abre o computador para ler as mensagens. Olha a lista de nomes de empresas, pessoas as quais lhe deviam favores. Risca o nome da senadora e do ex-presidente da rede de frigoríficos. Sai do supremo e se dirige para o senado. Cruzou a rua a pé, foi por um caminho totalmente oposto do que costumava fazer quando tinha que ir lá.
Entrou na sala da senadora sem ser anunciado. Pediu que o acompanhasse até o pátio para conversar . A senadora riu e não discutiu, afinal era o ministro. Ele certificou-se de que não havia ninguém por perto. Tocou-lhe nos ombros e os tendões passaram para o corpo da senadora. O corpo do ministro ficou caído diante da estátua que olhava para a rua. Mais tarde encontraram o corpo do ministro frio com os olhos arregalados e uma pasta perto de seus pés.
A senadora cancelou todos os seus compromissos. Pegou o celular ligou reservando passagem para a cidade do sul.
Manhã de domingo, o vento açoitava os galhos das árvores em tornou do prédio. As pessoas dentro das barracas armadas em cima da calçada diante do prédio se protegiam da forma que podiam. O carro preto parou a alguns passos do prédio, a senadora abriu a porta e saiu falando ao celular. Minutos depois, um homem aparece na porta e faz sinal para ela. Era o carcereiro que cuidava dos detidos no interior do prédio.
O senhor abatido, de barbas branca,assim que a viu, começou a chorar. Ela o abraçou, o carcereiro ficou observando de longe. Assim que os tendões saíram do corpo dela e entraram no corpo do ex-presidente, ele deu dois passos para trás, passou a mão na cabeça, segurou em uma cadeira. A senadora foi deslizando pela pelas barras de ferro até cair sem vida no chão. O carcereiro não sabia o que fazer, andou de um lado a outro,não sabia se trancava ou se abria a cela. Acabou abrindo a porta para socorrer a senadora,ai,o ex-presidente agarra-o pelo braço, os tendões saem do corpo dele e passa para o carcereiro. O corpo do ex-presidente caíu do lado de fora e o corpo da senadora com os olhos esbugalhados ficou dentro da cela. O carcereiro sai da cela e não fecha a porta. A sirene toca, demorou um pouco para o corredor ficar cheio de polícias.
À noite, o noticiário de todo o país anunciava sem trégua a morte do ex-presidente e da senadora. Duas mortes, num domingo de ventoso cheio de mistérios. Levaram os dois corpos com os olhos arregalados e sem uma lesão se quer.
No dia seguinte o corpo do carcereiro foi encontrado à beira do mar e a pedra do tamanho de um pires do lado.
O enfermeiro estava sentado na cama olhando para a TV, ouviu barulho de elástico se soltando,virou-se e viu o jornalista arrancado as mangueiras que levavam soro às suas veias. Rápido e eficaz o conteve,colocou-o deitado novamente fazendo,siss,siss!. Aos poucos ele foi se aclamando e dormiu de novo.
O repórter na TV dizia:---O jornalista que tinha sido contaminado quando tocou em uma das rochas perto de onde o meteorito caiu está fora de perigo,O boletim médico disse que a área onde o objeto caiu estava limpa e o que restara da nave era pouca coisa. Quanto ao jornalista foi só o susto. Era pouca a irradiação contida no objeto que tocara. Em breve ele estará de volta a ativa e sem sequelas.
O enfermeiro olhou para ele que dormia,deu dois passos,abriu e saiu.
Camuccelli