segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

A Um Passo Do Irreal

             A Um Passo Do Irreal

 
     O robô voltava para a nave cujo o nome é o Curioso,  entre cascalho viu uma pedra do tamanho de um pires . Olhou para ela por um bom e não se interessou. Continuou a andar em direção à nave a alguns metros a sua frente. Quando abriu a porta apertando um botão em sua mão, antes que levantasse o pé para subir o degrau, a pedra estava do seu lado esquerdo brilhando. Ele a olhou por segundos, não refletiu, pois, robô não pensa, agi. Esticou o braço, e com as garras na ponta pegou-a, retirou de dentro de uma gaveta na sua barriga um saquinho de plástico e colocou a pedra. Subiu a escada da nave e jogou a pedra no meio de outras matérias que havia recolhido do chão rochoso de Marte.
    Assim que a nave entrou na atmosfera transformou-se em uma bola de fogo. Era para seguir o curso do seu país de origem, mas desviou-se e caiu no solo árido do nordeste brasileiro perto de uma pequena cidade. As pessoas que viram a bola de fogo caindo do céu ficaram alarmados, os fanáticos diziam que era o castigo vindo de Deus. As autoridades, cientistas, jornalistas pegaram seus carros e correram para lá. Chegando no lugar onde a bola caiu, isolaram tudo, demarcaram, estenderam barracas.
de isolaram o local.
       O jornalista foi fotografando tudo que via,avistou a pedra perto de uma poça de água. Examinou-a, esticou o braço para recolher-la. Sentiu-se como se uma coisa fibrosa o tomasse e todo o seu corpo se dividisse em fibras se espalhando por todo o seu sistema nervoso.
        Ao voltar a si,estava deitado em uma cama preso por fios num pronto socorro e a sala estava vazia. Arrancou-os de uma só vez. Sentou-se na cama por segundos. Olhou para os lados, o silêncio imperava.  Levantou-se e andou até a porta, ao abri-la vê o segurança sentado, ao vê-lo vestindo uma camisola, o segurança agarrou-o  pelo braço. Os tendões sairam do corpo do jornalista e entraram no corpo do segurança e o corpo do jornalista ficou caido no corredor. O segurança caminhou se ajeitando pelo corredor até chagar ao elevador.  Quando a porta do elevador abriu, ele entrou e desceu até a garagem, foi até uma caixa perto da porta de onde saídaira, abriu-a e pegou a chave de um carro, ligou - o e se foi.
       Foi dirigido avenida a fora até ao aeroporto. Parou o carro na no meio fio, abriu a porta e saiu. Caminhou pelo meio das pessoas e foi até o balcão. Examinou cada pessoa no saguão por um bom tempo, o painel de horários, o embarque e desembarque. Esquadrinhou cada canto com os olhos ávidos, até encontrar a pessoa que procurava. Viu-a na fila de embarque dos que iam embarcar. Foi se aproximando, se aproximando até chegar perto da pessoa e tocar-lhe nos ombros, ela se volta para ver quem era, os tendões saem do  corpo dele e entram no corpo da mulher que  puxava a valise de rodinhas. Cai de imediato e o seu corpo despenca no chão perto da catraca com os olhos arregalados. A mulher deu uma rodopiada, mas não caiu, um senhor que estava à sua frente a olhou para ela que se desculpou e seguiu para o avião. Um tumulto generalizado se formou em volta do corpo do segurança. Um senhor dizendo-se médico examinou-o e disse: --Morto, está morto! Imediatamente um segurança do aeroporto foi afastando a todos e isolando o local. A mulher não olhou para trás, seguiu com as outras pessoas até entrar no avião.
       A rua em volta da praça estava  fechada, a mulher tinha saído do aeroporto e pegado o primeiro táxi que viu,precisava chegar aonde a multidão em volta do palanque apladia e gritava,aí pediu ao motorista que parasse o mais perto que conseguisse.Ele parou aonde deu,ela enfiou a mão na bolsa, tirou o dinheiro e o pagou. Desceu e seguiu por uma viela até avistar o palanque, onde o ex-presidente de uma rede de frigoríficos falava para uma multidão alvoroçada. Ele dizia: ----Um país que foi arrancado do tronco de uma árvore, teve que vê - lá arder em chamas, para depois. ..depois, separar o brasil das cinzas e soprar. Só então pode ser chamado pelo nome que hoje tem. Mais o "pobrema" não é a cinza, porque o homem de bem renasce das cinzas. O "pobrema" é o povo mal-agradecido. ---Virou para um dos seus, ele entregou-lhe um copo de plástico, a água no copo era água ardente. Ele bebeu, fez cara feia e prosseguiu: ---Vocês devem se lembrar do que fiz por esse povo ingrato, porque a carne que abastece o mundo passa por nos. O que me dão em troca?  Aplausos, não!  Forca! ---Falava com a voz já embargada. Ele olha para cima e vê helicópteros sobrevoando o local. A multidão enfurecida, gritava, aplaudia. A mulher conseguiu subir no palanque, depois de cumprimentar alguns, dar Beijos na face por duas vezes, ser gentil. Mas, todas as vezes que ia tocar no ex-presidente, alguém a impedia. A senadora não saía de perto dele e impedia qualquer um de se aproximasse. Lá pelas tantas, a palestra acabou. O ex-presidente acenou com a mão para a multidão e entrou por uma porta no fundo do palanque.  A mulher ficou tão decepcionada que jogou o copo que segurava no chão, pisou em cima e saiu. Na rua detrás do palanque, no carro, dois agentes da polícia aguardavam o ex-presidente. A mulher correu para ver se conseguia chegar perto, mas o carro já tinha saído em disparada. Que fora seguido por outros dois.
    Depois, houve tumultos, brigas e de tudo um pouco. Ela foi para o hostel onde se hospedara. Tomou banho, se vestiu, consultou a agenda. Tinha ouvido falar de uma festa em um clube enquanto observava o os presentes no palanque. A homenagem seria para alguns políticos, o ministro do tribunal superior que soltava políticos presos por corrupção e empresário denunciados estaria lá. Na hora exata estava no local. Estava bem vestida, havia conseguido o convite pela Internet. Entregou-o à moça na entrada. No salão, música alta. Olhou para todos os presentes, viu o ministro. O garçom passou perto dela com a bandeja de bebidas, ela pegou um copo. Foi se aproximando dele com o copo na mão, parou a alguns passos e ficou observando-o. A hora estava avançada,  outros políticos se divertiam. O ministro pediu licença para a pessoa com quem conversava e se dirigiu ao banheiro, ela o acompanhou com olhar até entrar pela porta. Colocou o copo em cima do banco que viu vago e o seguiu. Segundos depois o ministro sai de lá enxugando as mãos com um lenço.
      Um dos convidados sai do banheiro apressado, vai até o segurança, chama-o à parte, segreda-lhe algo. O segurança chama outro, e seguem para o banheiro masculino. O corpo da mulher com os olhos arregalados jazia no piso frio sem uma gota de sangue. O responsável pelo evento entra esbaforido olha a cena e diz: ---Temos que nos livrar disto. Os dois--Aponta para os dois seguranças-- levem o corpo como se essa criatura estivesse bêbada. Vão pelo corredor dos fundos sem chamar a atenção --- Quando ele volta para o salão, o ministro estava se despedindo dos demais. A música tocava ao máximo, muitos dançando, e o responsável andava de um lado a outro sem saber o que é se divertir.
     O ministro entra em sua sala no supremo, abre o computador para ler as mensagens. Olha a lista de nomes de empresas, pessoas as quais lhe deviam favores. Risca o nome da senadora e do ex-presidente da rede de frigoríficos. Sai do supremo e se dirige para o senado. Cruzou a rua a pé, foi por um caminho totalmente oposto do que costumava fazer quando tinha que ir lá.
    Entrou na sala da senadora sem ser anunciado. Pediu que o acompanhasse até o pátio para conversar  . A senadora riu e não discutiu, afinal era o ministro. Ele certificou-se de que não havia ninguém por perto. Tocou-lhe nos ombros e os tendões passaram para o corpo da senadora. O corpo do ministro ficou caído diante da estátua que olhava para a rua. Mais tarde encontraram o corpo do ministro frio com os olhos arregalados e uma pasta perto de seus pés.
    A senadora cancelou todos os seus compromissos. Pegou o celular ligou reservando  passagem para a cidade do sul.
      Manhã de domingo, o vento açoitava os galhos das árvores em tornou do prédio. As pessoas dentro das barracas armadas em cima da calçada diante do prédio se protegiam da forma que podiam. O carro preto parou a alguns passos do prédio, a senadora abriu a porta e saiu falando ao celular. Minutos depois, um homem aparece na porta e faz sinal para ela. Era o carcereiro que cuidava dos detidos no interior do prédio.
      O senhor abatido, de barbas branca,assim que a viu, começou a chorar. Ela o abraçou, o carcereiro ficou observando de longe. Assim que os tendões saíram do corpo  dela e entraram no corpo do ex-presidente, ele deu dois passos para trás, passou a mão na cabeça, segurou em uma cadeira. A senadora foi deslizando pela pelas barras de ferro até cair sem vida no chão. O carcereiro não  sabia o que fazer, andou de um lado a outro,não sabia se trancava ou se abria a cela. Acabou abrindo a porta para socorrer a senadora,ai,o ex-presidente agarra-o pelo braço, os tendões saem do corpo dele e passa para o carcereiro. O corpo do ex-presidente caíu do lado de fora e o corpo da senadora com os olhos esbugalhados ficou dentro da cela. O carcereiro sai da cela e não fecha a porta. A sirene toca, demorou um pouco para o corredor ficar cheio de polícias.  
   À noite, o noticiário de todo o país  anunciava sem trégua  a morte do ex-presidente e da senadora. Duas mortes, num domingo de ventoso cheio de mistérios. Levaram os dois corpos  com os olhos arregalados e sem uma lesão se quer. 
   No dia seguinte o  corpo do carcereiro foi encontrado à beira do mar e a pedra do tamanho de um pires do lado.
   O enfermeiro estava sentado na cama olhando  para a TV, ouviu barulho de elástico se soltando,virou-se e viu o  jornalista arrancado as mangueiras que levavam soro às suas veias. Rápido e eficaz o conteve,colocou-o deitado novamente fazendo,siss,siss!. Aos poucos ele  foi se aclamando e dormiu de novo. 
    O repórter na TV dizia:---O jornalista que tinha sido contaminado quando tocou em uma das rochas perto de onde o meteorito caiu está fora de perigo,O boletim médico disse que a área onde o objeto caiu estava limpa e o que restara da nave era pouca coisa. Quanto ao jornalista foi só o susto. Era pouca a irradiação contida no objeto que tocara.  Em breve ele estará de volta a ativa e sem sequelas. 
    O enfermeiro olhou para ele que dormia,deu dois passos,abriu e saiu.
                               Camuccelli
                                                                                                  

Sexo Oral

          SEXO ORAL


                     
                   "O que vem a ser?"


                          
                    

       

      Seu Firmino mora em uma fazenda no interior de Minas.O filho na capital mas,em época de festas,ele  vai visitar o pai e desta vez levou um amigo. Quando chega na cidade vai visita seu  Genuíno que mora a uns quinze minutos de carro da fazenda do pai.  Assim que o amigo bateu os olhos na mulher de seu Genuíno , ficou bestificado. Não imaginou ver num fim de mundo daquele uma mulher tão bonita e jovem. Como tudo acaba, a festa acabou. De madrugada numa segund-feira, os dois entraram no carro e se foram.
   Seu Genuíno e seu Firmino, tinha a mania de conversar sentados na varanda da casa dele nos fins de tarde:---E a chuva veio finalmente. Parece que só tava esperando a festa acabá. O milho já num guentava tanta falta d'água . O sujeito e o seu fio se foi né!  Parece que vieram buscar fogo:-- Ôh diacho de gente que num gosta de fazê cera num lugá só!  O amigo,foi so batê os oios na sua mué e ficou besta. Num falava de outra, pra ir embora foi um Deus nos acuda:---Pois num foi! --O sem vergonha nem escondeu.  Nos dois ali conversando, sem mais nem menos me tascou essa. Perguntou  se eu já  tinha feito  sexo oral com ela :-- E que diacho é isso? --- Num disse. Só falô da coisa . Sabê, sabê, num sei não,mas dei o entendê que sabia:--E o que venha a ser isso? --Vô dizer o que ele disse p'ra mim. Que negócio é bom. Revitaliza,muda a vida do cabra e a muié nunca mais vai querê outro coisa:-- Aí  ele explicou o que é ?:--- Só ia ensinar para a minha mué. Se ela quisesse podia contá pra mim:--Que sem vergonha. Na cara dura! O sinhô devia ter me contado na frente dele:--Ocê vê maldade em tudo. Num ia fazê uma coisa dessa não. Ele disse que era bom pra ela,que ela ia ficá outra pessoa. Cê sabe como a muê é nervosa. Quem sabe se uma novidade num ia deixar ela melhor.  Tem dia que fica lá resmungando nem fala comigo. Ele disse que depois do tal de sexo oral, ele ia deixá ela mais carinhosa :--No pouco tempo que ficou aqui...e o sinhô caiu na conversa. E se esse tal de sexo oral for outra coisa? Vi como ele ficô quando viu a sua muié: --Tá vendo compadre,é difícil conversar com o sinhô:--Num tô vendo nada de bom na intenção desse ôme. Muié bonita leva o ôme a tê ideia que num presta:---Que pecado tem num ato desse!---- E o sinhô sabe o que é o tal de sexo oral  então? -- Num sei não:--- Ele disse que vai  fazê  na sua frente pra vê como é? --Tá vendo,num me deixa explicar. Disse que  num é  assim a torto e direito.  Primeiro ia tê que ensiná pra ela.  Eu disse, se ela quiser , por mim tudo bem:-- Tá vendo! O sinhô se vende por pouca coisa. Tá na cara que esse tal de sexo oral num tem nada de bom. Ele pode dizê uma coisa,mas na hora h, a coisa é outra.  Ele ficô foi todo amolecido pro  lado dela: --Ô  mente suja! Né nada disso:--Então me explica. A sua mué não  caiu nessa. Ou ela fez o tal de sexo oral  com ele?:-----Ocê já tem a resposta né:-----Quem não adora comer aquilo que nunca comeu:---Cê tem cada ideia! Sexo oral não é de comer, é de fazer--- E fazendo  a coisa muda?:--Mudá,mudá não muda nada. Mas, ela anda suspirando pelos cantos. Tá  mais amável. Quando  fala do tal do sexo oral, é como se fosse a melhor coisa do mundo:--- Vô é pra casa, tem muita coisa lá pra eu fazê. Esse negócio de sexo oral é que nem chuva lá no horizonte.

      Seu Firmino e seu Genuíno conversam sentados em cadeira feita de bambu:---Ela disse como foi? -- Perguntado devagarzinho disse sim. Quando ele começou achou esquisito. Depois foi como se o corpo tivesse sido lambido por um monte de abelhas e fica todo em brasa viva. Aí ele pediu pra fazê nele. estranhou,mas fez. Aí  o chão abriu engolindo a sua alma:--- É danado de esquisito,mas parece bão esse tal de sexo oral pra quem vê de fora,né não! Tô até arrepiado! :--Foi o que senti  quando ela me contou. O trem vai mais longe do que a gente pensa. E parou por aí,me mandou a merda e não quis dizê mais nada. Essa gente da cidade tem cada costume que a gente daqui num tem. Depois do que ela me disse me deu uma vontade  de fazê pra vê  como é :--  E ela quis ensiná  p’rocê. Me conta que vô  querê  experimentá essa coisa também:--Tome tento compadre, ela nunca que  ia querer ensiná pro sinhô, se nem pra mim disse o que é :--- É, a gente vai morrê sem sabê o que vem a ser esse tal de sexo oral?--- Ela disse que quando lembra, sobe-lhe um comichão por todo o corpo:-- Vamos ter que esperar o meu filho voltar pra contar o que venha a ser esse tal de sexo oral. Ele deve sabê.  Até lá, vô ficá  remoendo de curiosidade:-- Vô é cuidar do meu a fazer. Esse negócio de sexo oral num dá camisa pra ninguém. A muê já  tá  besta da vida. Pelo menos parou com a xingação. Tá mais calma. O diabo é que não sei aonde vai dá tudo isso:--- E vô fazê rastros,que essa conversa não vai pra lugar nenhum. Inté compadre!
     Férias de meio de ano. Os filhos que moram na capital, pegam os netos,põe no carro e vão visitar o pai . O amigo do filho volta. Os dia são de festa.
     Depois tudo acaba e elês vão  emboras. Seu Genuíno e seu Firmino   sentados em confortáveis cadeias comentam o que foi :---Que diacho de frio foi aquilo na noite passada? Tive que tirar outro cobertor do baú:--- Né inverno?  É isso, faz frio e chove sem parar:---Se eu num fosse viúvo, a minha mué tava lá me esquentando os pés. Feliz é o sinhô que tem a sua:---Que é o mesmo que não tê. Agora tá é com nojo de mim. Dorme no quarto do outro lado:---- Num me diga! O sujeito ficô o tempo todo aqui. Deve ter lhe ensinou o tal do sexo oral? ---Vô pedi pra sua filho num trazê esse amigo outra vez que viê:---Agora tá com ciúme é! ----Né ciúme, as coisas que ele inventa fazê e diz pra  ela é que num tem cabimento:---E desta vez foi o quê? Num teve o tal do sexo oral ? Ou ela já enjôo? ---Se teve num sei. Ela num me fala mais  nada. Ele disse que lá na capital  isso é  normal :--- Então ela se encheu dele?:--- Encheu nada, ela disse que faz bem pra ela. Já   tá é craque no sexo oral é faz de olho fechado. Já tão até fazendo os dois juntos:-- Ela fazendo nele e ele nela? o sinhô ainda aceita isso?:---Que posso fazer, se não aceitá, Deus me livre. Ela disse que é remédio e só faz bem. E o moço é muito respeitoso:---Bestagem! Eu acho que esse sujeito num presta. Mué minha num ia fazer uma coisa assim sem eu presente. Ainda que fosse um sexo oral qualquer, com hora, ou sem hora. Se eu num tivesse lá vendo como é ,num ia tê não :----Ele disse p'ra ela que ia ficá  avexado se eu visse:--- É o que ela diz p’ocê:---Do jeito que ocê fala, parece um bicho de sete cabeças. Num vô nem tocá no que ele disse:--- Num vai fazê uma coisa dessa comigo, se só vim aqui pra sabê como foi,num vim antes que tempo num tive. Lá em casa ele mal esquentou o lugar:---Ocê num ia perguntá p'ra seu filho  o que vem a ser esse negocio de sexo oral? --- E num perguntei! El riu e disse que eu não  ia gostá:---Viu só! Até o seu filho é mais sabido do que o sinhô. Foi o mesmo que  o sujeito disse p'ra mim. Perguntei p'ra ele se dava p'ra me explicar e me ensiná? No que ele disse. O senhor poderia, se fosse um pouco mais jovem. A coisa requê muita musculatura e atenção :---Hi num disse isto pra mim mode que? ---Queria ver se o seu filho tinha uma resposta melhor. É, a coisa parece sê boa. Ela foi com ele lá pra cachoeira. Disse que o lugar e perfeito. Voltou de lá andando de lado e ele do lado dela com o cabelo todo molhado segurando o seu braço. Perguntei se ela tinha  caído no rochedo. Na hora ela não disse não. Mais tarde ela me contou a toada deitada na minha cama. Eu não podia nem tocá na bunda dela:--- Ocê num disse que ela dorme noutro quarto? ---De vez enquanto me deixa fazê o que a gente faz quando ela tá bem.   P'ra sentá, ela tava sentando de lado-- Ele dá uma raspada na garganta, cospe no chão e continua:----Ela tinha começado a fazê o tal de sexo oral nele, olhava prestando atenção, sem que nem pra quê, escorregou e caiu de bunda na pedra. Assim que acabou, ele virou ela de costa e começou um novo exercício que ele chamou de sexo anal:--- É outra coisa pra complicar. Tava preocupada com o quê?  ---Eu sei lá! O que ela disse é que esse tal de sexo anal dói muito no começo. Depois é como chupá uva no pé:---Dói muito? Então é alguma coisa que a gente força:---Né não,é só um modo de exercício. E disse que depois do sexo oral, nem sente o sexo anal. O corpo tá tão amaciado que o resto nem sente:--- Isso tá muito estrupiado compadre. Se tivê que fazê força, num é bom pro estado dela:--- Falei p'ra ela assim mesmo. Sabe o que ela me disse? É do contrário, fortalece a bacia e faz um bem danado p'ra criança:---Se é assim. Tô vendo que a gente tava era julgando a toa. Mais não explica de onde saiu essa dor :----Foi nada não, ela disse que bateu com a bunda na pedra quando ia descer,não te disse?---O sinhô num acha que tá deixando a sua mué muito solta com esse moço lá da capital? A gente só sabe o que vê. É um moço bonito, novo...além do mais num pega bem ele ficá lá na cachoeira fazendo sexo oral, ou sexo anal com a sua muié num deserto daquele. Muié casada andando por aí com ôme não pega bem.:---Agora ocê me pôs p'ra assuntá melhor as coisas. Vô dizê p'ra ela, se quisê fazê esses exercício que os dois faz, tem que ser feito no nosso quarto:---Vão pensar mal dela.  Eu sei que a intenção dele é boa...depois do que o meu filho  falou. Essa gente daqui vê maldade aonde não tem. O sinhô faz bem. Hi se ela tivesse traindo ocê, num ia deixá ocê fazê o que a gente faz com a muié num é mesmo?---Que osadia essa compadre, o sinhô me respeite! ---Num é mesmo! Mué quando Fica com outro ôme, num qué mais sabê do seu:---Num tá ficando tarde?---É de vera!  Tá tão boa a prosa que nem vi escurecê.

    Rindo ele se despede e vai embora:---- Quando aquele sujeito voltá aqui vô pedi pra ele me ensiná fazê os dois. O sexo oral e agora esse tal de sexo anal. A minha mué é outra pessoa depois desses exercícios que ele faz. Antes, num me queria tanto quanto quê agora. Mais tá com uma coisa muito feia, tenho vergonha até de pensar. Imagina se falo uma coisa dessa pro compadre. Isso ela só pode tê  aprendido com a filha  do compadre, ela é que deve fazê essa coisa com o marido dela. Ela goza e grita! --- Tá  mais fogosa, num me deixa mais quieto. Gosta de passar a mão no meu.... põe ele na boca.....essa coisa ela num fazia . Quem taria ensinando uma coisa assim pra ela? Agora que tá esperando um filho,disse que os exercícios que o moço fez com ela, faz bem pra criança. O compadre vê maldade em tudo. Que mal há num inocente exercício de sexo oral,ou sexo anal que seja.
   Ficou um bom tempo olhando para o céu estrelado. Cortou o fumo, enrolou na palha, ascendeu, fumou
       É fim de ano, é festas. Filhos e netos vão  passar as festas com o pai . Os filhos de seu Genuíno  chegam na fazenda para celebrar.. Todo ano é sempre igual. Lá na casa de seu Firmino  as coisas são outras. Da fazenda de seu Genuíno até a fazenda de seu Firmino, de carro, deve gastar uns trinta minutos. Quando a festa acaba, é a tristeza que fica . Filhos e netos voltam para a capital.  A vida segue como se um novo ano não tivesse começado. Este ano não foi igual ao que passou, choveu muito. Chuva demais mata  plantas e impede a circulação  de um canto a outro . A tristeza toma conta de seu Genuíno que teve a casa acalorada no entra e sai dos netos, noras e filhos. Seu Genuíno  pega a sua picape e vai visitar o amigo.
     Sentados na varanda,bebem café, contam as novidades,mas o assunto  é o mesmo do ano que passou:---Quer dizer que a verdade foi o casco da mentira e mentira tem mesmo perna curta:---Num vem ocê com essa conversa que ainda tô matutando as coisas:---Quem podia imaginar. Eu  crente que era outra coisa:---Esperta foi ela:--Eu sempre tive o pé atrás. Ocê é que num acreditava em mim:---Aquele porte de cavalo manga larga. Aquela conversa de dá gosto, um sepulcro caiado:---É compadre, depois, nós é que somos os bestas! ---Aquela semana inteira sentada na bacia de banho cheia de ervas, dizia que era p'ra criança nascer forte. As pregas que tava em brasa:---- Olha os termos compadre:---Num vem agora dá um de santim não, o sinhô devia ter me segurado a mão. Que amigo é o sinhô:---Agora eu vi! Se qué se arrumá por cima de alguém, num é em cima de mim não:---Me desculpe, tô sem rumo:----E o tal do sexo oral. ... aqui tem outro nome, o ocê bem sabe qual é:---O sorriso naquela cara lavada. Ele fazia em mim e eu fazia nele, dizia ela pra mim toda feliz. Eu nunca ia imaginar que era isso! Que era estranho os dois fazendo ao mesmo tempo era.  Um pra baixo o outro pra cima. O que me deixa com raiva não é o que fizeram, é a explicação. Me dizia que era exercício:---Num deixa de sê, né mesmo? ---Uma noite dessas ela me perguntou se eu tinha coragem de botá a minha língua lá. Ainda deixei que chupasse o meu....Deus,que trem danado de bão!--Isso o sinhô num me contô:---Num contei p'roce uma porção de coisa que ela me fez fazê :---Num vô nem comentá. Todas as vezes que ele chegava aqui, perguntava era por ela. Agora que o sinhô já sabe que o boi é macho, o que vai sê da cria? ---O filho é meu. E eu num cumi do mesmo jeito compadre? Meu herdeiro! A minha primeira mué morreu sem me dá um. Esse filho é meu:---  Pode sê, se ocê gozou dentro deve ser:----Quando ele ia embora, ela me agarrava, me levava pra cama doida de vontade. Tinha ora que era lá mesmo no chão do quarto:---Então...se num entrou vento, pode mesmo sê seu . Cê vai fazê o quê de agora em diante? ---É isso que num sei. Pra toda forma, é só eu e ocê que sabe da cachorrada toda:--- Ela nem desconfia? ---Não. Fiquei uns dias de mal com ela mas não disse o motivo. Se o seu filho num tivesse explicado pra mim a coisa do tal de sexo oral...e tem  tal do sexo anal. O seu fio rio quando de mim. Ele achava que ôme  na minha idade tinha que sabê dessas coisas. Até me disse que faz sexo oral  com a muê dele e ela com ele numa boa. Agora sexo anal, ele faz com as putas. A muê num gosta de fazê. Até tentou, mas ela não gostou. Me deu bons conselhos e de como agir na hora que fô fazê com a minha mué.:---E o sinhô vai fazê com ela? ---Modo de dizê:---Agora que a gente já num tem mais dúvida do que vem a sê esse tal de sexo oral e sexo anal, num tá na hora da gente aprendê e fazê? ---É o sinhô vai fazê isso com quem? Cadê a muê?---Com as  lá da zona ora:-- As de lá num hão de querer isso não;---A gente ensina  pra elas:---Pra chupá num serve?---Pra isso sim, pro outro não:---Agora que a sua mué tá craque na coisa, ocê já pode experimentá, num pode não? Cum ela pode aprender mais sobre esse tal de sexo anal! ----Ele olha atravessado  e diz outra coisa:---O compadre ficou sabendo mode que o sujeito num veio para as festas de fim de ano?---A minha filha disse que ele tinha outra coisa pra fazê. Ela acha que aqui ele num volta mais:---Já estragou o que pôde né não. Vamos aproveitá que o tempo tá fresco e vamos pra cidade atrás de umas putas:---O sinhô é quem sabe, essa conversa me deixô mesmo com vontade. Vai experimentá o que primeiro?---Vamos pedir um sexo oral só pra um,depois a gente fala do sexo anal. Quem sabe a gente aproveita os dois.

      Seu Firmino foi para dentro para se trocar.O seu Genuíno continuou sentado rindo aguardando o amigo se arrumar. 

      Camuccelli. 


                   FIM




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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Naquele Tempo Era Assim

      

           Naquele Tempo Era Assim.
                       By: Camuccellil

    Não me venhas a noite com beijos ao pescoço. Começaste o transtorno noturno no dia em que ias se casar. Jurubeba, era claramente contra qualquer ato íntimo. Mal digeria toques de mão. Achava repugnante gente colando boca com boca, chagava até nanusear -se. Se os olhos teus se deparasse  com cenas do tipo. Tivesse ela contraído febre, sarampo ou coisa parecida, tamanha era o estado de repugnância. Sonhara um dia namorar, namoro nos moldes dos anos vinte, mal se tocavam nas mãos. O homem conversava o tempo todo com o pai, a namorada ali do lado sem poder se manifestar. Quando o namorado ia embora, era o pai quem o levava até o portão. Jurubeba sonhara com algo assim. Acreditava em segonha carregando bebês em seus bicos entregando-os de casa em casa. Colocava sapatos na janela em véspera de natal. Acreditava que se podia buscar nas matas ovos que os coelhos botavam, que só se podia encontra-los na páscoa.
    Enfim Jurubeba se casou. No momento em que é dito:---- Pode beijar a noiva. Ela se vira. Ri para todos se esquivando dos lábios repletos de bactérias e de hálito quente.
    Depois da festa, na hora de colocar o pássaro na gaiola,ela se tranca no quarto. Deixou um bilhete em cima da mesa. "Você no seu quarto, eu no meu" Não me venhas a noite com beijos ao pescoço. Sei o que o homem faz com a mulher depois de casar.
      Ela saiu do quarto, entrou no banheiro. Em poucos minutos seguintes, já estava pronto o café, a mesa posta para o desjejum. De olhos grudados na porta do corredor. Com um certo pontinho de ansiedade aguardava o momento em que ele surgiria. Enfim, nu, de um  jeito inesperado, com sorriso esboçado no rosto caminha em sua direção. De um salto, se põe de pé e corre para dentro do banheiro. Ele gargalha.
    O tempo passa. De dentro do banheiro ela ouve gritos, gemidos contínuos. Teve a certeza de algo muito  ruim o estivesse acometido. Abri a porta do banheiro ressabiada. Lá estava ele sentado no chão, encostado na perna da mesa. Ele cravou-lhe o olhar com um riso de canto de boca disse:--- Taí o nosso filho.--Aponta para a poça no chão:--- Daqui a pouco ele morre e a culpa é sua. Levanta, passa por ela e entra no banheiro. Os olhos dela não conseguia se desviar da poça no chão:-'--Devia ter suado o nariz no banheiro. Que nojo.
     O incidente do dia anterior não lhe saia da cabeça. Jurubeba crescera com nojo de homem . A mãe passou a vida dizendo para ela ter cuidado com os homens. Eles comem o fruto da mulher, deixar a coitada no abismo do mundo, só, e com muitos filhos para criar. Não estão  nem aí. Se algum homem se engraçasse com ela deveria tomar cuidado. Jamais se entregar,não  caia em conversa fiada---Dizia ela-- O que ele quer é se aproveitar da sua virgindade. Não importa a promessa que faça. Depois de comido, o fruto perde o valor.A mãe morreu,mas os conselhos e as palavras negativas não. O que a mãe não disse a ela é que depois do casamento, mulher e marido se doam, se amam e as coisas da vida seguem firme.
     Ela deixou o que tinha pra fazer, para ficar conversando com a amiga ao celular:--- É amiga, fácil não é! ... não foi pra isso que me casei. Todo mundo sabe que o fiz pra ter um companheiro do meu lado... não senhora. Esse negócio de amor é invenção. Casamento nunca envolveu amor. É um negócio  criado  para unir as riquezas. Com o passar do tempo, veio o cinema e inventou o amor.... é não senhora.  Hoje é que é assim. Homens se casam para ter uma escrava sesual. Mulher não é mais objeto, depósito da sujeiras que sai de dentro do membro dele.... pra que ter filhos? Esse mundo não merece um filho meu....amarga não. Estou sendo sensata. Um dia depois do nosso casamento. Olha o que ele fez. Levantei-me feliz. Fiz o café. Arrumei a mesa e pus o que de melhor tinha para agradá-lo....espera aí! Sabe o que fez diante dos meus olhos? Eu ali sentada o aguardava para o nosso primeiro desjejum. Ele me aparece nu, de membro eréctil.... lógico que não dormi na mesma cama que ele....que lua de mel? Mel não teve, muito menos lua.... não disse o pior. Corri para o banheiro. Ouvi gemidos, gritos. Pensei, deve está passando mal. Abri a porta do banheiro, sai,o que vejo, ele lá,  largado no chão com o sorriso esboçado no rosto segurando o membro e aquela gosma no chão, até pensei que tinha asuado o nariz. É o fim da picada...até hoje não. Se quiser fazer isso, faça com quem ele quiser, comigo não... você né! Eu não. Me casei parar ter um companheiro. O casamento é até que a morte nos separe. Não precisa ter esse negócio de sexo não.... tá amiga. Obrigada por me ouvi. Me sinto melhor, até!

      Depois de tomar banho, se perfumar, foi para o quarto. Deixou a porta escancarada. Tirou a toalha que cobria o corpo e a jogou no chão. Se deitou cobrindo-se com o lençol. Os olhos esquadrinhavam a porta de canto a canto. Do lado de fora, buzinas,vozes irrompiam o silêncio que havia no quarto.
     Num dado momento, a surpresa que ele esperava, vestindo uma roupa transparente, sem nada por baixo, adentra no recinto. Cravou-lhe os olhos e a volúpia a seguia. Ele ri,abraça-a, arranca a camisola.Começa aí a sessão sem hora para terminar. Os lábios quentes dele subia e descia pelo corpo dela. A terra, era uma terra bruta, era preciso muita paciência e competência para sulcar a cada canto do lote que lhe cabia. E foi explorando até o momento em que a picareta irrompeu a aridez intocada. Sem pressa, foi cavando cavando  até o líquido explode ensopando  o lençol que cobria a cama.
     Corpos exaustos, vozes sem som. Apenas se olharam, os olhares contiam palavras que o momento não permitia dizer.
    Dia seguinte. Mesa posta. Ele parecia está faminto. Jurubeba pega o copo com suco e diz:--- Aquele suco de laranja de ontem tinha o que nele?--- Estimulantes para o sexo. Um estímulo para corpos frios:--- Eu poderia processa-lo por invasão de privacidade.- Ele dá uma gargalhada:--- Foi até lá  com aquela roupa insinuante,transparente, com um riso de canto a canto:--- Coagida! Eu não estava no meu estado normal. Você acabou de confessar que me drogou:--- Droguei não. Disse que foi estimulante e só:--- Fui contra a minha vontade:--- Aí a conversa é outra. A pergunta agora é, valeu, ou não veleu a pena a invasão?:--- Se tivessem me contado que era bom...quer dizer, a minha amiga disse que é coisa magnífica. Eu digo...é como arrancar a alma, jogar no espaço e quando volta é sem definição:--- É, pra mim a novidade foi o lacre. Não imaginava que ainda era virgem.--- Continuam comendo e conversando. Ele conta como resolveu agir. Quando um amigo disse numa conversa de botequim o que faria se fosse com ele. No mesmo instante  ficou interessado, aí  o amigo o ensinou como fazer. Foi até a loja que vende produtos para estimular o sexo naqueles corpos frigidos, ou não.  Risco que correria, resolveu arriscar e deu no que deu:--- Você é abusado. Se eu não gostasse? A minha mãe dizia que depois que o homem entra na mulher, a coitada fica meses com as partes feridas e o resultado é uma criança nove meses depois:--- Viu que não é assim. Olho o tempo em que nós estamos.Doido é, pra você e para mim, mas o resultado é dos deuses:--- Cresci com medo, mas queria me casar para não acabar sozinha na minha velhice:--- Casamento sem sexo não existe. Vamos de novo:--- Agora? Não, não dá,minha bichinha ainda dói. Depois a gente ressuscita aquele filho que você matou aí no pé da mesa.-- Caem na gargalha. Ele se levanta. Vai até ela, dá -lhe um beijo ardente. Acaricia-lhe os cabelos.
                      FIM
    
              By: Camuccellil

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Se Eu Quisesse Falar Com Deus

        Se Eu Quisesse Falar Com Deus


   Quisera ele ser libélulas, pois elas só pousam aonde o lugar é de água limpa. Além do mais, ele "o ser"vaga pelo mundo só, sem um lugar para repousar as pálpebras. A idade avançada limita-te. Se tens desejos,nenhum dos teus sonhos tem raiz. Dentre muitos, ele é fértil, mas a fertilidade de atos e iadeis, nunca o leva a lugar nenhum. A fome já não o alcança mais, pois a inércia o coroi quase sempre. Atos e vetos que caminhos o impõe são surreal. Já não crê em mais nada. Se tivesse coragem, trancaria sonhos e medos em grutas profundas, para nunca mais os habilitar. Mas, não é assim que a vida joga. Para não morrer de tédio precisa continuar tentando enquanto o sopro de Deus o acalentar.
  Tens tudo em seus diários para  relembrar, ele não. Tens pratos fartos para desperdiçar, ele não. O que a vida lhe dera é resume. Nem a referência grafada no livro sagrado tampouco o sustem. E é tão pouco espaço para galgar, remexido pelas emoções, saltam-lhe ideias entre os dedo  que o lúdico  lado invisível o trás. Nunca deram frutos. Não serviram para nada, a não ser se empuerar  nas ondas, aonde a nuvem os encarceram sem vida, no espaço que a esperança vem dá.
     
            Camuccelli. 

Pip...pip!

    Pip... Pip!

  
   Tentei falar com Deus. O celular só dava pip...pip. Desligado, ou fora de área.
    Pensei comigo no meu interior:---- Milhões de milhares gritando, pedindo e reclamando ao mesmo tempo, não haveria lugar em sua agenda para um ninguém.
      Aí fui mais fundo no pensar. Meros seres humanos que elege seus governantes não tem como chegar a passos deles. Enviar mensagens, até pode, mas antes passa por seus assessores. Assim pode ser com Ele. Afinal, tudo que se liga na terra, é ligado no céu. É como está escrito.
    Nem preciso falar da falta de atenção, da falta de doação. Tem gente que acha que doar é limpar armários, retirar o que estava esquecido e dar. Doar vai bem além. Uns 9doa tempo, sangue pra salvar. Esperança e segundos de sua atenção à aqueles que perderam a esperança e a fé. Se o assessor de Deus tivesse atendido..... não falaria desses buscantes de alimentos nas caçambas noturnas em portas dos mercados. Nem de corações frios dos que governam e não estão nem aí p'ressas gente garimpadoras do que comer. Muito menos falaria da dor, da ansiedade, do medo de morrer na invalidez. Ah gente, é tanto pra dizer que não sei que não por onde começar. Ainda bem que ninguém atendeu.
                               Camuccelli 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Consensus

Consensus

It says:
The kiss thrill you on,
There is  wet between the fingers,
That I have served you little by little
If the veil is torn off,
The blood runs,
The hard fist penetrates,
If you want to,
Can you tell me about it

It hurts into inside
But it's pain of affection

You feel,
And it's not pretense

I plant a bicycle,
I rip banana,
Just to know if you still want to repeat me.

By:Camuccelli 

Copyright

domingo, 15 de dezembro de 2019

Poemas

                    INCOMPATÍVEL


Ela chegou contando marra,
Me olhou do nariz até o calção,
Falou da alcaparra,
Que comprou para o salmão,
Sou eu quem faço a comida,
Até a laranja espremida,
Ela pede pra adoçar,
A noite ela não me come,
É não me manda esperar.
Se eu lavo eu não cozinho,
Se eu cozinho eu não lavo,
Fico olhando para o teto,
Enquanto ela ascende o cigarro.

               O REBENTO

Que vergonha,
A cegonha enganou o patrão,
O coitado se divertia na sala,
Vendo programa de televisão,
No quarto ela surfava,
Engolindo inteiro o potrão.
Passados nove noites e dias,
De insônia de chama e labor,
Numa manhã depois do nascente,
Exibiu finalmente o rebento,
Com requinte de bom protetor,
Olhos arregalados, cabelo amassado,
E a tez da cor do cimento,
O reboco foi outro que deixou. 
No bastismo houve coro,choro,
E até depoimento,
Fez-se registro,
Fez-se o que pode,
Houve declaramentos. 
Diante de todos,
 Não houve constrangimento,
Na frente da prole,
Entre gente e serpentes,
Diante do pai,
Pois o outro tava ausente,
Tudo declarado,
Em nome do rebento.
DESTOANTE

Tenho medo de ser picado,
Por um labrador,
Se não há cobertor,
Quem vai secar seu frio?
Se é fora de estação,
A flor  já secou,
Se não existe amor,
Pra quem o desafio?
Estou farto,
Desse corredor,
Se for,
E se eu não for,
Pra quem então,
Que eu crio?

SEM PRESSÃO

Se a mão se acha a baixo do umbigo,
Agarra o coitado,
Sova-o como se sova o pão,
O tempo para, a pressão sobe,
Estica o calção,
A frequência aumenta,
Mão não repara a oscilação,
Ora acelera, ora é câmara lenta,
E só para quando o coitado golfar,
De manhã se retoma o ritual.

O Olho, A Trave

Vi,vi sim!
Embaixo d'um arbustro,
Um jovem esfaquear a mulher,
Em sequencia e com atenção,
Vi a faca entrar e saia muitas vezes.
Não entendi quando ele a virou de costas,
E a apunhalou com vontade,
A boca desfiou um grito sem dor
Nenhuma gota de sangue vi escorrer, 
No fim,
O corpo  ficou derramado no chão,
Ai vi a faca voltar à banhinha,
Flácida,cansada desolada e só,
Nada mais vi,
Só dois corpos acabados,
Suados e largados no chão.
                                                                                                                  Camuccelli